a máquina de fazer espanhóis
valter hugo măe
Carnaxide, Alfaguara, 2012, 287
págs.
valter hugo
măe (Saurimo, Angola, 1971)es, además de poeta (su poseía completa está reunida
en el volumen contabilidade, 2010)
autor de una tetralogía de novelas que recorre, con personajes distintos, toda
la trayectoria vital del ser humano desde la niñez a la ancianidad. a máquina
de fazer espanhóis es el cuarto título (tras o nosso reino, o remorso de baltazar serapiăo y o apocalipse dos trabalhadores). En
el siguiente párrafo de la novela, el protagonista, un anciano de 84 años, medita, entre la tristeza y la rabia, sobre la vejez.
“e só năo
nos tornamos perigosos porque envelhecer é tornamo-nos vulneráveis e nada
valentes, pelo que enlouquecemos um bocado, e somos só como feras muito grandes
sem ossos, metidas dentro de sacos de pele imprestáveis que já năo serven para
nos impor verticalidade nem nas mais pequenas batalhas. Como faria falta
ferrarnos toda a gente e vingarmo-nos do mundo por manter as primaveras e a
subitamente estúpida variedade das especies e as manifestaçōes do mar e a
expectativa do calor e a extensăo dos campos e as putas das flores e das
arvorezinhas cheias de passarinhos cantantes aos quais devíamos torcer o
pescoço para nunca mais interferirem com as nossas feridas profundas”
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